terça-feira, 12 de outubro de 2010

FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!!!
(Embora minha carinha na foto não esboce muita felicidade...hahahaha)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

PRECISO falar.

Quando eu nasci, não fazia idéia de como era a vida ao meu redor (óbvio).
Durante MUITO tempo me esconderam a verdade sobre alguns detalhes da minha infância, a razão da separação dos meus pais e tal.
Eu como sempre fui muito curiosa e adoro dar uma de Sherlock Holmes, aconteceu aquela velha história do "quem procura, acha". Na época eu lembro que eu estava com 15 anos e as coisas que descobri me entristeceram demais, mas eu não sosseguei até descobrir tudo, cada ponto e cada virgula.
O que eu descobri não interessa pra quem lê aqui, interessava somente a mim, mas foram coisas sinistras, chocantes e bem tristes.
Minha vida sempre foi um dramalhão mexicano, embora quando o problema é comigo ou sou eu, geralmente eu exagero um pouquinho, de leve, sagitariana né. (rs)
Minha relação com a minha mãe na verdade nunca existiu até essa época dos 15, 16 anos. Eu lembrava pouco da infância e fiquei muitos anos sem vê-la (pelos motivos que eu descobri depois). Então eu sempre tive uma não-relação com ela. Não a conhecia direito, consequentemente não sentia falta (ou pensava que não sentia).
Hoje a coisa mudou. Eu a reencontrei há uns anos atrás, foi coisa de novela mesmo, mãe desaparecida e filha a encontra, programa do Gugu e coisa assim.
Bom, brincadeiras à parte (se não manter o bom humor eu desabo aqui), eu passei por problemas parecidos se não idênticos aos que minha mãe passou quando era mais nova. Problemas esses que hoje quem está passando é o meu irmão, que hoje está com 15 anos (se não me engano). Parece aquelas "maldições" que passam de geração pra geração, sabe? Mas eu sei que isso não acontece por ser uma "maldição".
Eu acredito em vida após a morte. Se você não acredita, o problema é seu, cada um é livre pra acreditar naquilo que quer, não é verdade?!
Pois bem, sendo assim, eu acredito que nessa vida agora estamos resgatando coisas do passado, "pagando" por erros que cometemos, bem assim.
O que me fortalece todos os dias para não cometer os mesmos erros, além de força de vontade, é a fé que eu tenho que o Cara lá de cima tá vendo tudo isso e não move uma folhinha sem um porquê.
Deus sabe o que faz e se ele sabe o que faz, quem sou eu pra criticar? Eu acredito e confio Nele cegamente.
Vai ficar tudo bem (eu repito pra mim o tempo todo), vai sim, não vai? Vai.

domingo, 10 de outubro de 2010

Tolerância - Ana Carolina (amo essa música)

Como água no deserto
Procurei seu passo incerto
Pra me aproximar
A tempo

O seu código de guerra
E a certeza que te cerca
Me fazem ficar atento

Não me importa a sua crença
Eu quero a diferença
Que me faz te olhar
De frente

Pra falar de tolerância
E acabar com essa distância
Entre nós dois

Deixa eu te levar
Não há razão e nem motivo
Pra explicar

Que eu te completo
E que você vai me bastar, eu sei

Tô bem certo de que você vai gostar
Você vai gostar

Como lava no oceano
Um esforço sobre-humano
Pra recomeçar
Do zero

Se pareço ainda estranho
Se não sou do seu rebanho
E ainda assim
Te quero

É que o amor é soberano
E supera todo engano
Sem jamais perder
O elo

E é por isso que te espero
E já sinto a mesma coisa em seu olhar

Deixa eu te levar
Não há razão e nem motivo
Pra explicar

Que eu te completo
E que você vai me bastar, eu sei

Tô bem certo de que você vai gostar
Você vai gostar

Mulheres Malvadas

Amor ' I '
- Querida, vamos ter que começar a economizar.
- Tudo bem... Mas como?
- Aprenda a cozinhar e mande a empregada embora.
- Ta legal... Então aprenda a fazer amor e pode dispensar o motorista.
(NOSSA!!!! )


Amor ' II '
O cara pergunta para a mulher:

- Querida, quando eu morrer, você vai chorar muito?
- Claro querido. Você sabe que eu choro por qualquer besteira...
(MISERICÓRDIA....!)


Amor ' III '
Na cama, o marido se vira para a jovem esposa e pergunta:
- Querida, me diga que sou o primeiro homem da sua vida.
Ela olha para o babaca e responde:
- Pode ser... Sua cara não me é estranha...
(Santo Anjo do Senhor.....)


Amor ' IV ' - A MELHOR DE TODAS!!!!!!!!
Um casal vinha por uma estrada do interior, sem dizer uma palavra. Uma discussão anterior havia levado a uma briga, e nenhum dos dois queria dar o braço a torcer.
Ao passarem por uma fazenda em que havia mulas e porcos e uma vaca, o marido perguntou, sarcástico:

- Parentes seus?
- Sim... - respondeu ela - Cunhados e sogra.
( BOA!!!!!!!!!!)


Amor V
Marido pergunta pra mulher:
- Vamos tentar uma posição diferente essa noite?
A mulher responde:
- Boa idéia!!! Você fica aqui em pé na pia lavando a louça e eu sento no sofá!!!!!
(Essa doeu.......Uiii)


Amor ' VII '
O marido decide mudar de atitude. Chega em casa todo machão e ordena:
- Eu quero que você prepare uma refeição dos deuses para o jantar e quando eu terminar espero uma sobremesa divina. Depois do jantar você vai me fazer um whisky e preparar um banho porque eu preciso relaxar. E tem mais: Quando eu terminar o banho, adivinha quem vai me vestir e me pentear?
- O homem da funerária... Respondeu placidamente a esposa.
(Essa jamais será escrava de homem...)


Amor ' VIII '
- Querida, o que você prefere? Um homem bonito ou inteligente?

- Nem um, nem outro. Você sabe que eu só gosto de você.
(Noooooooooooossa....)


Amor ' IX '
Marido e mulher estão tomando cerveja num barzinho. Ele vira pra ela e diz:
- Você está vendo aquela mulher lá no balcão, tomando whisky sozinha? Pois eu me separei dela faz sete anos! Depois disso, ela nunca mais parou de beber.
A mulher responde:

- Não diga bobagens... Ninguém consegue comemorar durante tanto tempo assim!
(Sem comentários.......)


Amor ' X '
O marido e a mulher não se falavam há uns três dias... Entretanto, o homem se lembrou que no dia seguinte teria uma reunião muito cedo no escritório. Como precisava levantar cedo, resolveu pedir à mulher para acordá-lo. Mas para não dar o braço a torcer escreveu num papel: 'Me acorde às 6 horas da manhã'.

No outro dia, ele levantou e quando olhou no relógio eram 9h30. O homem teve um ataque e pensou: -'Que m...........! Mas que absurdo! Que falta de consideração, ela não me acordou...'Nisto, olhou para a mesa de cabeceira e reparou num papel no qual estava escrito:'...São seis horas, levanta!!!
Moral da História: Não fique sem conversar com as mulheres. Elas ganham sempre, estão certas sempre e são simplesmente geniais na vingança!!!!!!

[achei divino esse email que recebi da Ni hahahha]

"Desmediocrize sua vida.
Procure seus "desaparecidos".
resgate seus afetos.
Aprenda com quem tiver algo para ensinar.
Ensine algo aqueles que estão engessados em suas teses de certo e errado.
Troque experiencias, troque risadas, troque caricias.
Não é preciso chegar num momento limite para se dar conta disso.
O enfrentamento das pequenas mortes que nos acontecem em vida ja é o empurrão necessario.
Morremos um pouco todos os dias e todos os dias devemos procurar um final bonito antes de partir"

{Li por aí...}

sábado, 9 de outubro de 2010

Os primeiros passos...

Na verdade hoje não foi a primeira vez que andei depois da cirurgia que fiz há duas semanas (hérnia de disco na região lombar), mas foi a maior distância e mais ainda, fui sozinha. É indescritível a sensação de estar começando de novo, de estar reaprendendo a andar, não posso (por enquanto) andar rápido na rua como eu fazia, minhas pernas não obedecem esse comando, principalmente a perna esquerda, ela trava.
Chega a ser engraçado, eu me policiando para não levar aquele tombo que era bem provável que acontecesse, já que eu sou uma das pessoas mais estabanadas do globo terrestre. Não foi dessa vez. Ainda bem né?
Setembro foi um mês muito louco pra mim. Louco no sentido mais insano da palavra mesmo. Foi um mês de mais aprendizado do que todos os outros. Mais lágrimas. Mais dor. Mais problemas e o melhor de tudo MAIS SOLUÇÕES.
Já Outubro começou leve, esperançoso e cheio de novos sonhos, planos e realizações. Eu lembro que no ano passado eu e a sis (http://ameninatagarela.blogspot.com) fazíamos milhões de planos pra 2010, dizíamos que este seria o nosso ano, que seria lindo, que seria isso e aquilo. E foi. Foi um ano do car*alho, cheio de perrengues, stress, tropeços, tombos, chororô's e lamentações. Até que um dia...
Era como se minha vida estivesse esse ano todo como um quarto apagado, eu não via nada, esbarrava nos objetos, caia, entrava em pânico o tempo todo tentando achar o interruptor. E achei. O interruptor que acendeu a minha vida e acende a vida de todos nós é composto de apenas duas letrinhas: .
Se você tem fé, você tem tudo. Porque você acredita que pode tudo. E você pode.Sei que falando assim eu mais pareço um livro de auto ajuda do que a Carolina que muitos "conhecem" por aí, mas é aí que está o "x" da questão. É mais do que nossa obrigação nos ajudarmos todo santo dia. Eu me ajudo. Você se ajuda. E por aí vai.
E você deve estar se perguntando:
- Ajudar em que? No que? Pra que? Por que?
E eu te digo:
- A resposta de todas as perguntas está aí, basta você descobrir, não eu.
Pois eu já descobri as minhas respostas, do que eu preciso e do que eu não preciso pra viver bem, em paz comigo e com o mundo.
Hoje foi mais um dia cheio de coisas boas pra mim, porque eu escolhi assim. Eu escolhi ser feliz ao invés de passar minha vida reclamando e criticando fulano ou ciclano. Eu escolhi olhar pro meu próprio rabo e cuidar do meu próprio nariz. E é assim que deveria ser, mas infelizmente não é.
Então meus queridos, cabe a nós dar o primeiro passo, sempre. Por mais difícil que pareça ser uma pessoa otimista e acreditar que aquele teu problema enooorme vai sim se resolver, tente. Tente uma, duas, três, um milhão de vezes se preciso for, mas não desista de acreditar e ter fé, primeiro em você e depois nas coisas do mundo.
Por hoje chega, uma linda noite pra você, pra mim, pra todos!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Nosso Lar

Se tem um assunto que eu evito discutir é religião, porque é aquele lance, cada um tem a sua preferência e geralmente as controvérsias aumentam e sai briga desnecessária.
Mas tem uma coisa que eu acho que todo mundo deveria ter, acreditar e querer, que é a Fé.
Quando eu era pequena, não acreditava muito em Deus, até a adolescência eu não tinha fé. Talvez por isso eu tenha tomado escolhas diferentes do que se eu acreditasse mais em mim mesma e tivesse fé.
Uns anos atrás, depois de muito custo, minha vó me apresentou o espiritismo de Allan Kardec. Comecei a ler muitos livros sobre e cheguei até a frequentar um centro espírita (que eu morro de saudades de todos de lá) chamado Casa dos Espíritas, onde infelizmente participei do grupo de jovens (Mocidade) por pouco tempo e logo vim morar em São Paulo.
Lembro bem que um dos primeiros livros que li foi o Nosso Lar, escrito pelo nosso querido Chico Xavier e ditado pelo André Luiz.
Assistir esse filme, com a minha vó, pensando no meu vô e vendo aquelas cenas lindas, me emocionou demais, chorei de alegria e de saudade.
Fiquei muito feliz por finalmente estarem transmitindo ao mundo como é a vida espiritual, óbvio que muita gente acha besteira e não bota fé, mas o que os outros pensam já não me interessa mais.
Me importo com o que eu acredito, com os valores e crenças que a minha família passou pra mim e o mais importante de tudo, com aquilo que me faz bem.

Eu aconselho a todos a assistirem o filme Nosso Lar e melhor ainda, ler o livro.

"Não existe processo de angústia que não se desfaça

ao toque do trabalho."

André Luiz

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Essa tal de internet...

... é um tanto quanto complicada.
Tenho que concordar plenamente com uma amiga muito querida, embora ela tenha se referido à amores platônicos e paixonites agudas de internet, eu penso nisso no geral, ao mesmo tempo que a internet une pessoas, ela cria confusões totalmente desnecessárias.
Como você vai saber se fulano quis dizer A ou B numa conversa via msn ou qualquer outra ferramenta do tipo?
Você não ouviu a entonação da voz da pessoa, não viu sua expressão facial, não sentiu o calor do momento.
Mas é isso né. . .

(acho bem triste)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Ninguém morre de amor, ok?

Entendam isso de uma vez por todas.
Amor, paixão, paixonite, encanto, paquera, tudo isso faz muito bem quando está tudo bem, mas quando as coisas começam a dar errado e vem o fim, o tempo, o desencanto, aí a primeira coisa que passa na cabeça é:

- Ai, eu vou morrer sem tal pessoa.

Se você nunca sentiu isso, ótimo, palmas pra você.
É normal se apaixonar, sofrer, se apaixonar de novo e quem sabe ser feliz "eternamente".
O que não é normal e nem saudável, é deixar sua vida nas mãos de outra pessoa, isso não existe, não tem cabimento.
Este texto serve bem pra mim tanto no presente como num passado não muito distante, onde eu me anulava jurando que mudaria fulano e seria feliz pra sempre. Balela.
Eu nunca morri de amor (óbvio), nem nunca ouvi ninguém dizer que conhece alguém que morreu especificamente de amor. Só acredito vendo o atestado de óbito dizendo: Fulano morreu de amor. Caso contrário, necas.

É claro que viver sem um(a) namorado(a) é diferente e a gente acaba tendo alguns momentos chatos de carência, mas não é nada insuportável e ó, digo mais, se for pra namorar e ser infeliz, eu prefiro continuar como estou. Linda, leve e solteiríssima.

Quanto aos indecisos, que não cagam e não saem da moita, eu só dou uma dica: DECIDA-SE!
Arrisque mais! Viva mais! Queira mais! Tudo mais!
Porque ninguém é feliz com meio termos, leite morno é sem graça, e orgasmo pela metade, alguém conhece? Não dá né?!

É isso.

QUEM PODE ME JULGAR? QUEM?

Era uma conversa normal no msn, como todos os dias, com uma amiga que desde sempre eu vejo super pouco e gosto super muito, a Alyce (pra mim ela sempre vai ser a Lylinda).
Entre banalidades do tipo "como você está?" e desabafos, ela me disse uma coisa que eu gostei muito:

Alyce diz:
*vc pra mim poderia ser traduzida numa frase de uma musica tosca e velha do charlie brown
*QUEM PODE ME JULGAR? QUEM?

A música se chama O Preço e realmente é uma música que tem muito a ver comigo, até porque, sempre curti muito Charlie Brown Jr. Me lembra coisas boas, coisas ruins, pessoas boas e pessoas muito muito ruins. Assim é a vida.
E a minha vida não seria diferente. Dentre tantos tropeços, tombos e pontapés, muita força de vontade, muita vontade de viver e muita luta pela frente. Assim eu sou.
Como uma fênix? Talvez. Quem sabe?
Mas uma coisa eu sei, ninguém pode me julgar. Ah, não pode mesmo.

.

A música:

O Preço

Charlie Brown Jr.


Como era difícil acreditarQue eu ia chegar onde estouQue minha vida iria mudar, e mudouDificuldade entãoPassava eu, meu pai, minha família e meus irmãosSem perceber larguei a escolaE fui pra rua aprenderAndar de skate, tocar, éCorri pra ver o marFui atrás do que quisSabia só assim, podia ser felizEu quero ser felizQuem não quer ser feliz, me diz?Então é preciso chegar em algum lugarTer algo bom pra comer e algumLugar pra se morarSatisfeito então, Eu faço a preza pros irmãosConsciente , pé no chãoDaqui nada se leva,De coração eu faço a preza(Refrão)Existe sempre um outro jeitoDe se poder chegarExiste sempre um outro jeitoDe se poder chegarExiste sim, Sangue bomSempre sonhei em fazerO som que fosse a caraE então poder chegar em algum lugarVer a garota sorrirA galera pular, a multidão a me chamarAh! Que lindo está...Dizem que ele é bomEu também mostro quem eu souSe aquele mano se ligouE você não, demorouOs manos ali detrásPodem ensinar vocêDizem que ele é bomEu também mostro quem eu souSe aquele mano se ligouE você não, demorouDei um trocado pra um pivete no farolOlhei pro lado estava o pai, penseiVelho filho da puta , explorador!?Mas vai saber...sei lá...cada um tem sua historiaEu estou aqui pra aprender , não pra julgarQuem pode me julgar ?Pelo menos desde cedo o piveteVai a aprender a se virarGraças a Deus , eu não tive um pai assimMeu pai um grande homem,Me ensinou como ser homem tambémLonge do velho eu passei fomeIsso é passado, amémMas eu tive quem sempreOlhou por mim...Existe sempre um outro jeitoDe se poder chegarExiste sempre um outro jeitoDe se poder chegarExiste sim, Sangue bomSempre sonhei em fazerO som que fosse a caraE então poder chegar em algum lugarVer a garota sorrirA galera pular, a multidão a me chamarAh! Que lindo está...Dizem que ele é bomEu também mostro quem eu souSe aquele mano se ligouE você não, demorouOs manos ali detrásPodem ensinar vocêDizem que ele é bomEu também mostro quem eu souSe aquele mano se ligouE você não, demorouo preço

domingo, 3 de outubro de 2010

NOSSOS DIAS MELHORES NUNCA VIRÃO?

Ando em crise, numa boa, nada de grave. Mas, ando em crise com o tempo. Que estranho "presente" é este que vivemos hoje, correndo sempre por nada, como se o tempo tivesse ficado mais rápido do que a vida, como se nossos músculos, ossos e sangue estivessem correndo atrás de um tempo mais rápido.

As utopias liberais do século 20 diziam que teríamos mais ócio, mais paz com a tecnologia. Acontece que a tecnologia não está aí para distribuir sossego, mas para incrementar competição e produtividade, não só das empresas, mas a produtividade dos humanos, dos corpos. Tudo sugere velocidade, urgência, nossa vida está sempre aquém de alguma tarefa. A tecnologia nos enfiou uma lógica produtiva de fábricas, fábricas vivas, chips, pílulas para tudo.

Temos de funcionar, não de viver. Por que tudo tão rápido? Para chegar aonde? A este mundo ridículo que nos oferecem, para morrermos na busca da ilusão narcisista de que vivemos para gozar sem parar? Mas gozar como? Nossa vida é uma ejaculação precoce. Estamos todos gozando sem fruição, um gozo sem prazer, quantitativo. Antes, tínhamos passado e futuro; agora, tudo é um "enorme presente", na expressão de Norman Mailer. E este "enorme presente" é reproduzido com perfeição técnica cada vez maior, nos fazendo boiar num tempo parado, mas incessante, num futuro que "não pára de não chegar".

Antes, tínhamos os velhos filmes em preto-e-branco, fora de foco, as fotos amareladas, que nos davam a sensação de que o passado era precário e o futuro seria luminoso. Nada. Nunca estaremos no futuro. E, sem o sentido da passagem dos dias, da sucessibilidade de momentos, de começo e fim, ficamos também sem presente, vamos perdendo a noção de nosso desejo, que fica sem sossego, sem noite e sem dia. Estamos cada vez mais em trânsito, como carros, somos celulares, somos circuitos sem pausa, e cada vez mais nossa identidade vai sendo programada. O tempo é uma invenção da produção. Não há tempo para os bichos. Se quisermos manhã, dia e noite, temos de ir morar no mato.

Há alguns anos, eu vi um documentário chamado Tigrero, do cineasta finlandês Mika Kaurismaki e do Jim Jarmusch sobre um filme que o Samuel Fuller ia fazer no Brasil, em 1951. Ele veio, na época, e filmou uma aldeia de índios no interior do Mato Grosso. A produção não rolou e, em 92, Samuel Fuller, já com 83 anos, voltou à aldeia e exibiu para os índios o material colorido de 50 anos atrás. E também registrou, hoje, os índios vendo seu passado na tela. Eles nunca tinham visto um filme e o resultado é das coisas mais lindas e assustadoras que já vi.

Eu vi os índios descobrindo o tempo. Eles se viam crianças, viam seus mortos, ainda vivos e dançando. Seus rostos viam um milagre. A partir desse momento, eles passaram a ter passado e futuro. Foram incluídos num decorrer, num "devir" que não havia. Hoje, esses índios estão em trânsito entre algo que foram e algo que nunca serão. O tempo foi uma doença que passamos para eles, como a gripe. E pior: as imagens de 50 anos é que pareciam mostrar o "presente" verdadeiro deles. Eram mais naturais, mais selvagens, mais puros naquela época. Agora, de calção e sandália, pareciam estar numa espécie de "passado" daquele presente. Algo decaiu, piorou, algo involuiu neles.

Lembrando disso, outro dia, fui atrás de velhos filmes de 8mm que meu pai rodou há 50 anos também. Queria ver o meu passado, ver se havia ali alguma chave que explicasse meu presente hoje, que prenunciasse minha identidade ou denunciasse algo que perdi, ou que o Brasil perdeu... Em meio às imagens trêmulas, riscadas, fora de foco, vi a precariedade de minha pobre família de classe média, tentando exibir uma felicidade familiar que até existia, mas precária, constrangida; e eu ali, menino comprido feito um bambu no vento, já denotando a insegurança que até hoje me alarma. Minha crise de identidade já estava traçada. E não eram imagens de um passado bom que decaiu, como entre os índios. Era um presente atrasado, aquém de si mesmo. A mesma impressão tive ao ver o filme famoso de Orson Welles, It's All True, em que ele mostra o carnaval carioca de 1942 - únicas imagens em cores do País nessa década. Pois bem, dava para ver, nos corpinhos dançantes do carnaval sem som, uma medíocre animação carioca, com pobres baianinhas em tímidos meneios, galãs fraquinhos imitando Clark Gable, uma falta de saúde no ar, uma fragilidade indefesa e ignorante daquele povinho iludido pelos burocratas da capital. Dava para ver ali que, como no filme de minha família, estavam aquém do presente deles, que já faltava muito naquele passado.

Vendo filmes americanos dos anos 40, não sentimos falta de nada. Com suas geladeiras brancas e telefones pretos, tudo já funcionava como hoje. O "hoje" deles é apenas uma decorrência contínua daqueles anos. Mudaram as formas, o corte das roupas, mas eles, no passado, estavam à altura de sua época. A Depressão econômica tinha passado, como um grande trauma, e não aparecia como o nosso subdesenvolvimento endêmico. Para os americanos, o passado estava de acordo com sua época. Em 42, éramos carentes de alguma coisa que não percebíamos. Olhando nosso passado é que vemos como somos atrasados no presente. Nos filmes brasileiros antigos, parece que todos morreram sem conhecer seus melhores dias.

E nós, hoje, nesta infernal transição entre o atraso e uma modernização que não chega nunca? Quando o Brasil vai crescer? Quando cairão afinal os "juros" da vida? Chego a ter inveja das multidões pobres do Islã: aboliram o tempo e vivem na eternidade de seu atraso. Aqui, sem futuro, vivemos nessa ansiedade individualista medíocre, nesse narcisismo brega que nos assola na moda, no amor, no sexo, nessa fome de aparecer para existir. Nosso atraso cria a utopia de que, um dia, chegaremos a algo definitivo. Mas, ser subdesenvolvido não é "não ter futuro"; é nunca estar no presente.

Arnaldo Jabour